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Mulheres na construção que colocam a mão na massa

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O crescimento da mulher na construção civil é recente e tem caminho lento, porém progressivo. Em 2008 havia 22 mil mulheres no setor; já em 2016 esse número saltou para 30 mil
Seja pela iniciativa de ONGS ou empresas privadas que estimulam o trabalho feminino em um ambiente predominantemente masculino, o que se observa é o crescimento do número de mulheres interessadas em trabalhar na construção civil e colocar, literalmente, a mão na massa.
Segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), de 2008 até 2016 o número de mulheres cresceu de 22 mil para 30 mil, mas ainda representam apenas 0,7% do total quando comparados ao número de homens no setor. Vale ressaltar que, de forma indireta, é possível obter números ainda maiores, já que em nosso país muitas mulheres trabalham de forma autônoma, exercendo atividades que envolvem, principalmente, serviços de finalização e acabamento de obras.
A ONG Mulheres na Construção, criada em 2006, no município de Canoas, no Rio Grande do Sul, já capacitou mais de 3960 mulheres nas especialidades de pedreiras, pintoras, azulejistas, ceramistas, eletricista e hidráulica. O objetivo da organização é disseminar a sua metodologia através de cursos de formação profissional em parceria com organizações do primeiro, segundo e terceiro setores.
Trabalhos desenvolvidos na ONG:
-Ensina a leitura e interpretação de planta baixa
-Incentiva o empreendedorismo e o cooperativismo
-Desenvolve o pensamento crítico com relação a sexualidade, autoestima e relações interpessoais em local de trabalho.
-Promove a autonomia, a cidadania e o empoderamento das mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica e violência doméstica
Há mais de um ano, a arquiteta Gabriela da Siqueira abriu uma empresa que oferece serviços gerais de mulher para mulher. A arquiteta buscou informações e conhecimentos na ONG Mulheres na Construção e fez os cursos de Cimento e Batom (construção, reparo e pintura em paredes) e Criadoras na Obra (instalação de cerâmica, elétrica e hidráulica). Além do conhecimento adquirido, conheceu muitas mulheres que, como ela, também atuavam ou gostariam de atuar com serviços de pequenas reformas.
Assim surgiu a UFA! Mão de Obra Feminina, uma empresa que soluciona problemas residenciais e comerciais de quem não se sente à vontade com a mão de obra masculina. “Atuamos nas áreas de pintura, elétrica, hidráulica, onde mostramos que a mulher é capaz de fazer o que ela quiser, priorizando a ética, o respeito e o comprometimento. Estou colocando a “mão na massa” há um ano e cinco meses e, mesmo sendo pouco tempo, já me sinto mais completa como profissional”, explica a arquiteta.
Para aquelas que desejam ingressar nesse mercado é possível encontrar cursos oferecidos pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) ou mesmo por entidades assistenciais, como ONGs espalhadas pelo Brasil, afinal, o lugar da mulher também pode ser em um canteiro de obra.
Dicas para mulheres no canteiro de obra
Barriga de fora, salto alto e cílios postiços são proibidos;
• Roupas justas também não são bem-vindas;
• Anéis e pulseiras devem ser evitados por questão de segurança;
• Maquiagem é livre;
• Usar touca sob o capacete de segurança evita que o cabelo fique impregnado de poeira e agarre em algum equipamento;
• Calças jeans são mais indicadas, pois a sujeira se torna menos evidente;
• Um aperto de mão é suficiente para cumprimentar os colegas de equipe (trocar beijos no rosto não é recomendável).
Fonte: Mapa da Obra
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